Postulado 9

          A tradição dos anciãos

1 E AJUNTARAM-SE a ele os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. 2 E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. 3 Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; 4 E quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas. 5 Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar? 6 E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; mas o seu coração está longe de mim; 7 Em vão, porém,  me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. 8 Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens: como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. 9 E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição. 10 Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, morrerá de morte. 11 Porém vós dizeis: Se um homem disser ao seu pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; 12 Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, 13 Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas outras coisas fazeis semelhantes a estas. 14 E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e compreendei. 15 Nada há, fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. 16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. 17 Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca desta parábola. 18 E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, 19 Porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora, ficando puras todas as comidas? 20 E dizia: O que sai do homem , isso contamina o homem. 21 Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, 22 Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. 23 Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.

          A mulher cananéia

24 E levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pode esconder-se; 25 Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi, e lançou-se aos seus pés. 26 E esta mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. 27 Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 28 Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. 29 Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. 30 E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído.

           A Cura dum surdo e gago de Decápolis

31 E ele, tornando a sair dos termos de Tiro e de Sidom, foi até ao mar da Galiléia, pelos confins de Decápolis. 32 E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. 33 E, tirando-o à parte entre a multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua; 34 E levantando os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá; isto é Abre-te. 35 E logo se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente. 36  E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quando mais lho proibia, tanto mais o divulgavam. 37 E admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.

A exortação da Palavra desta noite iniciou-se com a seguinte pergunta: - Como devemos reagir a fala do Senhor? devemos tomar cuidado com o que falamos ou pensamos de volta quando ouvimos Sua Palavra.
Neste ponto da Palavra, Jesus foi interpelado por uma estrangeira, que tinha uma filha possuída por demônio, rogando-lhe a libertação do Senhor.
Jesus sabendo da sua condição de estrangeira, ou seja não era pertencente à nação de Israel, disse-lhe: - Deixa primeiro saciar os filhos (referindo-se aos integrantes do povo judeu) porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
Foi na resposta da mulher cananéia que houve o conselho da Palavra desta noite, reagiu com humilhação e inteligência, pois precisava muito do auxílio do Senhor. Não negou a resposta de Jesus, mas sim a confirmou, respondendo-lhe: - Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.
Igualou-se aos cachorrinhos, em ato de humildade, dizendo que não tinha direito do que encontrava-se em cima da mesa dos filhos, mas que não se importava de aproveitar as migalhas que caiam debaixo da mesa.
Jesus comovido disse-lhe: - "por essa palavra vai, o demônio já saiu da tua filha." Foi ressaltado: por essa palavra ou seja o segredo de recebermos ou não a bênção, a salvação ou a libertação está na palavra que dissermos, está na postura, está na intenção, está em como deixamos o coração diante da Palavra do Senhor.
Em outra parte do Evangelho, que retrata esta mesma passagem, Jesus disse-lhe: "Ó mulher! grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã." (São Mateus 15.28). O que percebemos que nesta passagem a questão de fé foi primordial. Temos que nos dirigir ao Senhor com fé! Com a esperança de lograrmos êxito através de um coração sincero, como a mulher cananéia fez, humilhou-se, aceitou de bom grado a Palavra do Senhor, teve fé, e por sua palavra de resposta, o Senhor teve compaixão e a recompensou libertando sua filha, atendeu-lhe o que mais precisava.
Foi ressaltado também que uma das condições para agradarmos a Deus é a inimizade com o mundo, ou abrimos mão da amizade com o mundo.
Não significa não termos amigos como colegas de trabalho, escola, vizinhos, parentes ou pessoas de nosso convívio que não seguem a nossa fé; isto podemos ter, inclusive é através dessas amizades que externamos o evangelho da graça de Jesus e o caminho de salvação dado por Ele. Trata-se de abrirmos mão daquilo que o mundo oferece para a corrupção de nossas almas, como a cobiça, a inveja, pedidos para o pecado e deleites da carne, e o adultério, como o apóstolo São Tiago disse em sua epístola: - "Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." (São Tiago 4.4). Foi efetuada a pergunta: - Quem daqui dos presentes quer ser inimigo de Deus? Ou ter Deus por inimigo? Rogamos que ninguém queira.
Um dos exemplos da inimizade com Deus, foi o de Eli, "já velho ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel, e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da congregação." (I Samuel 2.22).
Imaginemos como ficava a Casa de Deus, com as ações dos filhos pecadores do sacerdote Eli? Foi complementado: - "Pecando homem contra homem,os juízes o julgarão, pecando porém contra o Senhor, quem rogará por ele?" (I Samuel 2.25).
Foi feita a pergunta o que sucederá com aquele que pecar contra Deus? De certo perecerá.
Atentemos ao exemplo da mulher Cananéia e tomemos cuidado com aquilo que sai de nossa boca, ao falarmos com Deus!
Não está escrito, imaginemos a alegria da mulher ao ver sua filha curada, o que falou sobre o Mestre, sobre o Senhor para seus vizinhos e parentes, quanta alegria houve naquele lar!
E se tivesse reagido de outra maneira, será que receberia a bênção do Senhor?
Saiamos daqui mais conscientes e de como devemos nos portar diante da Palavra de Deus!
Deus seja louvado. Amém!
Glória a Deus! Glória a Jesus!!